Foto: Rian Lacerda (Diário)
Longas filas, buzinas e estresse diário. Este é o cenário enfrentado por motoristas e pedestres no conhecido Trevo dos Quartéis, no entroncamento da Faixa de Rosário (BR-158) com a Avenida Capitão Vasco Amaro da Cunha, no Bairro Boi Morto, em Santa Maria. O congestionamento, que se agrava nos horários de pico, é um problema antigo e que, segundo moradores, coloca em risco a segurança de quem precisa cruzar a rodovia federal para acessar escolas, postos de saúde e quartéis.
O fluxo intenso de veículos militares, somado ao transporte coletivo e aos carros de moradores dos bairros Pinheiro Machado, Boi Morto e Tancredo Neves, cria um gargalo que trava a mobilidade na região oeste da cidade.
A visão da comunidade
Para a líder comunitária da Vila Rossi, Maria Catarina Matiuzzi, a situação é insustentável.
– Não é um problema recente, é um problema de anos. A gente tem aqui uma região bem importante, porque é onde estão localizados os quartéis e a única escola de ensino fundamental completo que nós temos aqui. O posto de saúde também fica aqui. É um lugar onde as pessoas transitam bastante, inclusive a pé – detalha.
Segundo ela, a falta de segurança é a principal preocupação.
– Os motoristas de caminhão têm isso aqui como uma BR, eles passam correndo, não reduzem a velocidade. E, no entanto, é uma região muito urbana, entre dois bairros que têm instituições importantes. É muito perigoso – afirma Maria.
A comunidade aponta duas possíveis soluções para o problema. A primeira seria uma intervenção do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no trevo, com a instalação de um redutor de velocidade. A segunda, que poderia resolver mais de 50% do congestionamento, segundo a líder comunitária, seria a pavimentação da Rua Irmã Dulce, que liga o Bairro Patronato aos quartéis, passando ao lado do Shopping Praça Nova e pelo Arroio Cadena.
– Essa seria uma opção mais rápida. A rua é bem curta.. Ela inicia ali no Shopping Praça Nova e termina aqui na Vasco da Cunha. Todos os militares que iriam acessar os quartéis poderiam vir por ali – sugere Maria. O trecho mencionado tem cerca de 2km de chão batido.
O que diz o Dnit
Procurado pela reportagem, o Dnit informou que o problema de congestionamento no local ocorre especificamente nos horários de entrada e saída dos quartéis. O órgão federal ressaltou que já realizou obras de infraestrutura na região, como a construção da interseção da BR-158, a passagem inferior do Patronato, que liga a Rua Irmã Dulce à Avenida Maurício Sirotsky Sobrinho, e a implantação da Avenida do Exército, que serve de acesso para as unidades militares.
O que diz a prefeitura
Sobre a pavimentação da Rua Irmã Dulce, a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade explicou, em nota, que em diferentes momentos o Exército se colocou à disposição para uma parceria na execução da obra, mas que o custo financeiro seria de responsabilidade do município.
"Até o momento, o Executivo Municipal não dispõe de valor para investir na melhoria. Porém, regularmente são realizados os serviços de empedramento, patrolamento e compactação no trecho", informa a nota.
Enquanto uma solução definitiva não é implementada, a comunidade segue convivendo com a espera.
– Em épocas de eleição, sempre aparecem os projetistas, vemos o projeto. E aí a gente fica no aguardo e nada acontece – conclui Maria Catarina.